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Raça brasileira conquista criadores e surpreende pela qualidade

Por Henrique Figueira

Minha experiência com a raça indubrasil tem sido de extrema satisfação e os motivos são vários. primeiro, a rusticidade do gado que realmente impressiona. Os animais conseguem se manter a pasto com pouquíssima comida disponível, como no sertão nordestino, que sofre com secas terríveis ano após ano. Dentro dessa realidade, as matrizes conseguem criar seus bezerros com um escore corporal bem acima das outras raças em condições semelhantes e com uma habilidade materna surpreendente. Outro ponto especial no indubrasil é o temperamento dócil. grande parte dos animais são mansos e o manejo é muito mais fácil e cativante. Não bastassem essas qualidades, eu que selecionei e seleciono outras raças, não conheço alguma que supere o indubrasil na sua capacidade de surpreender positivamente nos cruzamentos, sejam com raças europeias ou zebuínas, tanto para a produção de leite quanto para a produção de carne. o cruzamento para corte com o Nelore, por exemplo, é um show, produzindo animais com peso, precocidade e acabamento de carcaça excepcionais. para a produção de leite, o cruzamento com o Holandês forma o indolando, registrado pela aBcZ, e que também possui uma produtividade excelente. Quando comparada a outros cruzamentos semelhantes, o indolando possui maior longevidade e rusticidade.
Cientes de todas essas virtudes, os criadores de indubrasil iniciaram nos últimos tempos um movimento grande na raça, incentivando a participação cada vez maior dos criadores no pmgZ da aBcZ, e com isso aferindo o controle de desenvolvimento ponderal e também nas fêmeas as lactações, experiência essa que tem nos deixados muito animados. são várias as matrizes ultrapassando os três e quatro mil quilos de leite em manejo absolutamente racional, inclusive com ordenha mecânica. Isso é muito para uma raça de dupla aptidão que vem aferindo esses dados oficialmente não há muito tempo.
Os problemas do passado como bainha e prepúcio muito pendulosos nos machos e o nascimento de bezerros extremamente moles, que fizeram o indubrasil perder mercado, já estão superados. Hoje, espalhados por todos os cantos do Brasil e do exterior, o que vemos são planteis com animais extremamente modernos e produtivos. existem importantes planteis de indubrasil localizados no rio grande do sul, ceará, minas gerais, sergipe, são paulo, Bahia, trabalhando fortemente os animais com pressão de seleção focada em rusticidade, produtividade e longevidade. a raça foi a que mais exportou animais e material genético ao longo da história para países como méxico, tailândia, senegal, costa rica e hoje está presente em cerca de 16 países. com a qualidade do gado e o movimento dos criadores, a raça tem se colocado em outro patamar em todos os sentidos.
Há quem pense que o indubrasil tenha acabado, mas exatamente esse tempo fora da grande mídia proporcionou o resultado que temos hoje na raça. a pressão de seleção foi e tem sido implacável, permitindo a permanência nos planteis apenas de animais extremamente melhorados e melhoradores. o indubrasil tem descoberto um nicho de mercado importantíssimo, pois a sua versatilidade e resultados positivos nos cruzamentos são incomparáveis. o momento é de otimismo e retomada do crescimento. os olhos internacionais ainda se mantém voltados para raça. a aBci (associação Brasileira dos criadores de indubrasil) lançará na expoZebu 2015 o seu novo site e mais uma edição da revista da raça. Essas ferramentas trarão uma gama de informações, planteis e novidades que irão surpreender o mercado, não tenho dúvidas disso.

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