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INDUBRASIL OU INDUARAXÁ OU…

Por José Otavio Lemos

O primeiro zebuíno registrado pela Sociedade Rural do Triângulo Mineiro SRTM, hoje, a nossa Associação Brasileira dos Criadores de Zebu – ABCZ, sob delegação para registro pelo Ministério da Agricultura, tendo como Ministro, na época, o Fernando Costa e o Presidente, Getúlio Vargas, que foi quem autorizou ou mandou que fosse outorgado os registros das raças zebuínas depois de comer o churrasco com carnes da Campeã Guzerá da Exposição Nacional, naquele ano, no Rio de Janeiro.
O padrão racial primeiro do Tipo Indubrasil tem data de 19 de outubro de 1938.
Um dos berços da raça Indubrasil foi em Araxá, nas Minas Gerais. Recentemente, encontrei uma matéria de primeira página do jornal Lavoura e Comércio (27 de abril de 1940) contando sobre o Mário de Almeida Franco buscar de avião uma bezerra Indubrasil do selecionador araxaense Cassiano Lemos Filho. Ela viajou de Araxá para Uberaba que nem princesa, e recebida lá com pompas e glórias.
Realmente o Induaraxá irradiou-se pelo Brasil e muito além das fronteiras brasileiras. Foi muito importante na formação do Brahman nos Estados Unidos.
Um exemplo desse trabalho, o do Cassiano Lemos Filho, o Cassianinho. Ele, descendente, neto, do pioneiro Manoel de Paula Lemos – Neca de Paula, que foi proprietário da famosíssima Palinha; Começou a seleção com 100 vacas de tipo bem aguzeratado e o touro Sultão, que trabalhou na Fazenda Monte Azul por 9 anos e, depois, seguiu para a seleção VR de Torres Homem Rodrigues da Cuhha. Lá cobriu as filhas do touro Príncipe VR.
Na década de 40, dois touros Gir foram usados em cima das filhas do Sultão: o Judeu, filho do famoso Bey na Moreninha, matriz de registro 1 no Gir, e o Extrato, adquirido em Santa Rita de Cássia, da seleção de Azevedo Machado.
Buscou-se, naquela época de fixação do tipo racial, bem orelhudo, e valorizar animais que dessem mais fortes as seguintes peças de carne: lagarto, chãs de fora e de dentro.
O touro It (filho do touro Alabastro na vaca Gema – vermelha) padronizou bem o rebanho. E sobre as filhas desse, cobertura do ótimo reprodutor Araxá, produto da destacada matriz Palmeira, geradora de muitos animais fortes na genética e usados em outros centros seletivos, como a Marca 55 (Lagoa da Prata) e JZ (Uberlândia).
Alabastro foi, também, pai de Sonho, e avô de Sonho de Valsa, que deu o Petróleo, um touro com a genética espalhada por muitos países. Eu mesmo vi a forte descendência dele no México.
Completando os três pontos do título desta publicação: Indubelém, Indubahia, Induporã e Induberaba. Tudo junto e misturado: INDUBRASIL.

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