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ABCI fomenta o uso de Indolandas nas ordenhas do Brasil

Por Márcia Benevenuto

A Associação Brasileira dos Criadores de Indubrasil (ABCI) acaba de levantar a importante bandeira de propagação do cruzamento de animais puros Indubrasil com raça europeia especializada na produção de leite que formam o plantel Indolando. O gado, que é inscrito e controlado no CCG (Certificado de Controle de Genealogia), vem se mostrando uma ótima opção para a pecuária comercial diversificada do País, pelas qualidades zootécnicas e vantagens econômicas.

“Em nossa agenda de ações junto a ABCZ e ao Ministério da Agricultura estão contempladas solicitações e reivindicações para facilitar e estimular a inscrição de animais Indolando, através de incentivos como descontos e isenções. Nosso objetivo é aumentar o volume desse rebanho para pesquisar, gerar dados, produzir estudos, campanhas informativas e demonstrar o potencial do cruzamento, que pode representar uma solução de viabilidade financeira para inúmeros projetos produtivos de Norte a Sul do Brasil”, diz o presidente da ABCI, Roberto Fontes Góis.

O cruzamento tem potencial para viabilizar a atividade pecuária com sustentabilidade e rentabilidade.

‘Nós temos um lote de novilhada e outro de vacas mais eradas. Fazemos controle leiteiro pela ABCZ e elas marcaram médias de 18 a 21 quilos na primeira cria. São vacas grandes, pesadas, e com capacidade para produzir bons bezerros de corte. Destaco também a rusticidade. O Indolando não tem grandes exigências e se mantém produtivo em qualquer ambiente do Brasil. Na fazenda tiramos leite só uma vez ao dia para elas criarem bem os bezerros ao pé. Depois da ordenha oferecemos ração e volumoso, ajustando um quilo para cada quatro litros de leite. Não exploramos totalmente o leite porque nosso projeto é de genética e nesse quesito a demanda está aquecida e tem muita procura por embriões. Já vendemos até para fora do País”, conta o selecionador Rodrigo Caetano Borges, da Fazenda Cassu, de Uberaba, MG.

Vantagens zootécnicas

Cruzamento produz fêmeas com maior longevidade e adaptabilidade, características essenciais ao clima tropical brasileiro.

Os bezerros de elevada heterose são muito valorizados no mercado de carne de qualidade pois apresentam alto ganho de peso, alta conversão alimentar.

A fertilidade com rusticidade é um fato que gera economia de insumos como os produtos de biotecnologias reprodutivas e os que são comumente empregados no controle de parasitas.

Vantagens de mercado e gestão

A demanda no mercado interno e externo se mantém estável e aquecido. O mérito maior é do potencial produtivo e econômico que viabiliza aos produtores a renda do leite e de forma sazonal a da venda dos bezerros, o que faz muita diferença em unidades consideradas pequenas e médias.

Disponibilidade de animais de alta genética pela pulverização de rebanhos reconhecidos e de procedência da raça Indubrasil em todas as regiões do País e diversos continentes.  

A lucratividade e a sustentabilidade dos sistemas de produção nos modelos estudados no Brasil estão ligadas a utilização de animais de genética própria para os trópicos e a baixa utilização de insumos. Cruzar bovinos leiteiros mais adaptados às regiões mais quentes como aqueles caracterizados pela elevada aptidão leiteira, preconizam a geração de animais capazes de produzir altos níveis de leite e de ser mais tolerantes ao clima quente.

O acesso facilitado a alta genética pela presença de selecionadores de Indubrasil em todas as regiões do País e em quase todos os continentes do globo também é um ponto a favor dos pecuaristas que adotam o Indolando.

“Em alguns países, como os da América Latina, principalmente, o gado Indolando faz muito sucesso por proporcionar, além do leite nas fêmeas, um bom animal de corte nos machos, com desenvolvimento e ganho de peso satisfatórios. Esses animais são muito valorizados e fazem do Indubrasil uma das principais raças zebuínas em diversos países”, reforça o presidente da ABCI.

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